Perfil das alterações colpocitológicas no rastreio de câncer de colo uterino nos últimos dez anos em um hospital universitário
Jornal Brasileiro de Ginecologia(2022)
摘要
Introdução: O câncer de colo uterino é o terceiro tipo mais frequente no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). As lesões precursoras podem ser rastreadas com o do exame colpocitológico. Os possíveis resultados alterados vão determinar um risco específico de confirmação histológica das lesões, demandando seguimento ou encaminhamento para investigação. Objetivo: Avaliar a prevalência de cada alteração colpocitológica em mulheres atendidas em um hospital universitário nos últimos dez anos e comparar com a prevalência observada na população geral. Materiais e métodos: Estudo observacional retrospectivo transversal, no qual fizemos cálculo da prevalência de cada possível alteração e um teste estatístico Z para comparar as proporções com os dados da população geral descritas nas Diretrizes Brasileiras para Rastreamento do Câncer de Colo Uterino. Resultados e conclusão: Foram encontradas 1.007 colpocitologias alteradas em nove anos. Os dados de 2016 e 2017 ainda não foram registrados. Encontramos 37,93% de laudos de células escamosas atípicas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásicas (ASC-US), 9,83% de células escamosas atípicas de significado indeterminado, não podendo se excluir lesão de alto grau (ASC-H), 8,54% de células glandulares atípicas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásicas (AGC-US) e células glandulares atípicas de significado indeterminado, não se podendo excluir lesão de alto grau (AGC-H), 1,29% de células de origem indefinida, possivelmente não neoplásicas (AOI-US) e células de origem indefinida, não se podendo excluir lesão de alto grau (AOI-H), 28,1% de lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL), 9,04% de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL), 1,69% de HSIL, não se podendo excluir microinvasão, 1,69% de carcinoma escamoso invasor, 1,99% de adenocarcinoma in situ e invasor. Observamos diferença com significância estatística entre os valores de ASC-US, AGC, AOI, HSIL não podendo excluir microinvasão, carcinoma escamoso invasor e adenocarcinoma in situ/invasor e os valores relatados para a população brasileira. Observamos maior prevalência de colpocitologias AGC, AOI, HSIL não podendo excluir microinvasão, carcinoma escamoso invasor, adenocarcinoma in situ/invasor e menor prevalência do ASC-US. Estudos posteriores são necessários para avaliar o perfil das pacientes atendidas neste hospital e as variáveis que podem explicar essas discrepâncias.
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