Distribuição espacial de cyclocephala dejean (coleoptera: melolonthidae: dynastinae) no brasil

Introdução: As espécies do gênero Cyclocephala colaboram na ciclagem da matéria orgânica, são polinizadoras, atuam como bioindicadores de qualidade ambiental, e algumas espécies são consideradas pragas agrícolas. São escassos os estudos sobre a distribuição das espécies de Cyclocephala, cujas informações estão contidas em levantamentos faunísticos locais ou estudos sobre ciclo de vida. Objetivo: Objetivou-se analisar a distribuição espacial das espécies do gênero Cyclocephala a partir da elaboração de mapas de distribuição espacial das espécies nos biomas brasileiros, bem como elaborar uma lista das espécies reportadas para o país. Material e Métodos: As coletas dos besouros foram realizadas mensalmente com utilização de armadilha luminosa em áreas de vegetação nativa nos biomas Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Caatinga, no período de junho de 2015 a maio de 2016. Para a elaboração da lista das espécies, foi realizada revisão bibliográfica, e consultados estudos no Brasil encontrados até março de 2018 no “Google Scholar”. Os mapas de distribuição espacial foram gerados por meio do software Google Earth v.1.3.26.9 e editados no software QGIS versão 2.18.19. Resultados: Obteve-se uma lista com 135 espécies de Cyclocephala para o Brasil. As espécies que possuem distribuição mais ampla são C. cearae, C. epistomalis, C. melanocephala e C. paraguayensis, as quais ocorrem em, pelo menos, quatro biomas brasileiros. Verificou-se que 34 espécies são exclusivas do bioma Amazônia. O mapa da distribuição de espécies na Amazônia apontou maiores concentrações de espécies em áreas mais antropizadas, locais de maior acesso e facilidade de coletas. O estudo apontou uma diferenciação das espécies que ocorrem ao norte, centro e sul do bioma Cerrado, podendo haver relação com características antrópicas, pois a região norte apresenta-se mais conservada. Foi verificada similaridade de espécies nas regiões transfronteiriças entre os biomas, e como esses não possuem limites lineares na natureza, existem entre eles faixas de transição mais ou menos amplas. Conclusão: Foram indicadas áreas de lacunas de conhecimento sobre Cyclocephala nos mapas de distribuição espacial, sendo estas boas opções para estudos futuros do gênero e para definição de área prioritárias para conservação.