Doença falciforme: atualização clínica e abordagem educacional para os profissionais de saúde

Introdução: A doença falciforme (DF) é uma enfermidade hematológica hereditária. Na sua patogênese destaca-se a rigidez eritrocitária alterando a morfologia normal das hemácias, de disco bicôncavo para o formato de meia-lua, desencadeando uma ampla gama de manifestações clínicas. O entendimento da natureza desses sintomas propicia o diagnóstico precoce e a terapêutica adequada. Objetivo: Descrever e discutir as manifestações clínicas agudas dependentes do tempo de complicações comumente descritas em adultos com DF, a fim de possibilitar uma intervenção educacional para profissionais de saúde na atenção terciária. Métodos: Revisão narrativa da literatura. Resultados e discussão: As complicações agudas na DF são diversas destacando-se: crises vaso-oclusivas, infecções por microrganismos encapsulados, principalmente do trato respiratório e sepse síndrome torácica aguda, sequestro esplênico, priapismo, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e crise aplástica. As manifestações clínicas agudas podem variar em tipo (neurológicas, pulmonares ou falência de vários órgãos) e gravidade (quadro álgico moderado até um choque hipovolêmico, potencialmente fatal). O diagnóstico oportuno e o tratamento dessas complicações são essenciais para o gerenciamento ideal, que deve ser feito a partir de padronização de protocolos, melhor capacitação da rede e preparo das famílias. O conhecimento das intercorrências na DF é de extrema importância para todos os níveis de atendimento dos pacientes. A detecção precoce das complicações possibilita tratamento adequado e diminuição da morbimortalidade relacionada a elas, sendo essencial o acesso a informação sobre condutas a serem tomadas nas diversas manifestações clínicas do paciente com diagnóstico de DF. Conclusão: É essencial que os profissionais de saúde reconheçam as manifestações clínicas agudas e potenciais fatores de risco associados a cada complicação, mantendo monitoramento regular dos pacientes. As complicações verificadas afetam a qualidade de vida desses pacientes e a prevenção de complicações deve ser o principal alvo das políticas de saúde voltadas para o paciente com essa condição mórbida.