A atuação do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) em Vitória da Conquista, Bahia

A extensão universitária caracteriza-se pela interação dialógica entre universidade e sociedade e não pela transferência verticalizada e mecanicista da produção acadêmica, pois é o diálogo, a troca de saberes e de experiências que proporcionam novos conhecimentos. O caráter essencial e determinante da leitura e da escrita para o desenvolvimento social fez surgir iniciativas importantes de incentivo à leitura e à escrita no Brasil, como o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler). Nesse sentido, este artigo, que é a segunda parte de uma trilogia, tem o objetivo de estudar as ações do Comitê do Proler de Vitória da Conquista, na Bahia, no período de 2000 a 2020, para conhecer a percepção dos principais atores sobre as contribuições do Programa, tendo em vista essa relação de troca entre universidade e sociedade. O Proler de Vitória da Conquista é uma ação de extensão universitária e teve como precursora a professora Heleusa Figueira Câmara, que esteve à frente do Programa até o seu falecimento, em janeiro de 2019. O Comitê se destacou por ir além das propostas originais do programa em âmbito nacional, com a realização de diversas ações, em parceria com outras instituições públicas e privadas. O método utilizado neste estudo foi pesquisa empírica, do tipo descritivo-exploratória, e os instrumentos, entrevistas e pesquisa documental. Os dados foram coletados em 2021 e receberam tratamento qualitativo. Os resultados indicam que, ao longo de sua existência, o Proler de Vitória da Conquista, de forma criativa e inovadora, serviu de ferramenta de transformação social, por meio de ações de incentivo à leitura e à escrita, priorizando a arte literária popular, regional e brasileira, da mesma maneira que todas as formas de expressão cultural.