A preservação de restos arqueobotânicos e o processo de análise por microtomografia de raios X

O uso de microtomografias de raios X para o estudo de restos macroscópicos de plantas recuperadas em sítios arqueológicos é uma prática relativamente recente em Arqueologia. No entanto, a técnica possui amplo espectro de aplicações em áreas de pesquisa muito diversas. Os diferentes trabalhos relacionados com a aplicação apontam a não destrutividade dos procedimentos microtomográficos como um de seus atributos relevantes, juntamente com a alta qualidade de discriminação das imagens tridimensionais geradas no processo. Este trabalho explora a importância dessa característica da microtomografia em relação a diferentes aspectos do estudo e da preservação dos macrorrestos arqueobotânicos. Ao preservar a integridade e habilitar a reanálise dos objetos examinados, a microtomografia de raios X permite otimizar a qualidade dos resultados e expandir a gama de técnicas analíticas aplicadas em seu estudo. Essa vantagem manifesta-se tanto na pesquisa em curso como naquelas que podem ser desenvolvidas no futuro sobre os mesmos objetos, usando técnicas e abordagens novas ou melhoradas. Além da preservação do objeto físico, a microtomografia providencia réplicas virtuais tridimensionais que podem ser utilizadas com finalidade analítica ou como respaldo da informação gerada. Aliás, esses modelos digitais apresentam grande adaptabilidade aos mecanismos de compartilhamento e disponibilização de dados de pesquisa, assim como podem ter efeitos notáveis na ênfase do valor visual dos materiais arqueobotânicos.